março 25, 2009

Neste pôr-do-sol

O festival de primavera chamado Galaxia tem a ver com Réia, o nascimento de Zeus e a dança dos Curetes.

Quando Réia pariu Zeus, o escondeu de Cronos numa caverna e o deixou aos cuidados dos Curetes (kouros = "juventude") e das ninfas Adrasteia e Ida, filhas de Melisseus ("homem do mel"). As ninfas o alimentaram com leite da cabra Amaltéia e as abelhas das montanhas lhe deram mel. Os Curetes inventaram a dança em armadura, com ritmo frígio e flautas. Esse barulho distraía Cronos, para manter Zeus escondido.

Há muitas evidências do nascimento e criação do deus até o dia de hoje na ilha de Creta. Por exemplo, quando ele foi levado pelos Curetes, dizem que o cordão umbilical (omphalos) caiu perto do rio conhecido como Triton, e aquele local se tornou sagrado e a planície ficou sendo chamada de Omphaleion. A caverna e os prados no monte Ida também continuaram sagrados a ele. Mas a relação mais impressionante é do mito das abelhas, que diz que Zeus mudou a cor delas do cobre para o dourado e, como a região tem muita altitude, com ventos fortes e neve, ele fez as abelhas insensíveis a essas coisas, incapazes de serem afetadas por elas, suportando o frio do inverno.

Por tudo isso celebramos a Galaxia (do grego γαλαξίας, galaksias, "via láctea") com leite e mel.

O 'mingau' de cevada ("poltos", uma pasta feita de leite com cevada) seria para Réia, a mãe de Zeus. A cevada era um cereal predominante na Ática, que se adaptava melhor ao clima dali do que o trigo. O trigo era melhor para fazer pão, com a cevada faziam mais era esse tipo de mingau. A cevada na Ática florescia entre o final de março e o meio de abril, no mês chamado de Galaxion, equivalente ao Elaphebolion de Delos. Ela é associada a Réia por ela ser uma mãe anterior a Deméter, a cevada sendo um 'pré-cereal' (anterior à cultura do trigo).

~ Imagens: o bebê Zeus com os Curetes. ~

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